No passado dia 23 de julho, pelas 16 horas, a MAERA organizou a sua quinta tertúlia online, esta subordinada ao tema «Educação a Distância: Experiências e Desafios». O evento aconteceu na plataforma Zoom e, em direto, na rede Facebook da MAERA.
A moderação pertenceu a Anabela Mesquita, Professora Coordenadora do ISCAP – Politécnico do Porto, e membro dos órgãos sociais da MAERA. Oradoras convidadas, três especialistas na matéria: Ana Dias, do Centro e-learning da TecMinho; Neuza Pedro, do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa; e Paula Peres, do E-IPP/Politécnico do Porto – ISCAP.
A abertura foi feita por Paulino Silva, professor do ISCAP – Politécnico do Porto, e Presidente da MAERA. Numa curta intervenção, Paulino Silva evidenciou que esta era a quinta edição das tertúlias MAERA e, mais uma vez, a temática da Educação tinha sido escolhida para dar resposta a pedidos das audiências que têm seguido as iniciativas da MAERA, e também por ser um tema pertinente para a sociedade em geral e, de uma forma especial, no período em que vivemos e viveremos nos tempos mais próximos.
Com o tema «Ambientes de Formação Online: Antes, durante e depois da pandemia», Paula Peres, que abriu as intervenções, realizou uma retrospetiva do que tem acontecido no campo da Educação, do ensino. A docente e investigadora E-IPP/Politécnico do Porto– ISCAP colocou a tónica na necessidade de as experiências já vividas deverem ser objeto de análises, avaliações, para que houvesse planeamento antecipado quanto à situação de educação online. E neste contexto, deixou clara a imperiosidade de mudança, da reinvenção do ensino, pelos professores e alunos, para o resultado ser o pretendido. Paula Peres avançou, ainda, existirem vários caminhos que podem ser percorridos para o ensino ser um êxito, destacando a necessidade urgente de uma forte mudança por parte de todos os envolvidos na Educação, no ensino. Neste contexto, a oradora terminou a sua intervenção referindo que «este é o momento para pensarmos nos nossos currículos, nos nossos objetivos, nas metodologias que utilizamos, nos materiais e na avaliação quer do estudante, quer do docente».
Seguiu-se a apresentação de Ana Dias, com o título «GPS Pedagógico de Proximidade». A oradora destacou o facto de a rotina a que a comunidade educacional estava habituada ter mudado completamente, apanhando as pessoas de surpresa. Neste cenário, ficou clara a necessidade de formação de todos os intervenientes no âmbito da Educação, do ensino. A engenheira e rosto do Centro e-learning da TecMinho alertou, também, para a necessária adoção de um “Keep it simple” que englobe a planificação, produção, implementação e avaliação, de forma a evitar outra ocorrência como a acontecida em março passado e que marcou o ensino, no período de confinamento.
Neuza Pedro fez a sua intervenção, intitulada «COVID-19 e Educação: a perspetiva do estudante». A docente e investigadora do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, centrou-se no estudante, por considerar que este tem sido o menos levado em conta, nestas reflexões, sendo embora um elemento importante, para se conseguir perceber como ele se vai adaptando e procurando interagir com o professor e com a família, para ter o melhor aproveitamento. Neuza Pedro de a entender que os estudantes continuam com dificuldades no acesso às tecnologias, nas competências digitais, e até mesmo nos hábitos de estudo.
Os participantes tiveram espaço para colocarem questões referentes às maiores preocupações e falhas sentidas neste campo, ao que as oradoras fomentaram uma resposta completa no sentido da necessidade extrema de planificação, avaliação e preparação a um nível de maturação que conceda possibilidade de excelência na utilização de tecnologias e metodologias novas de ensino.
Nas palavras de Anabela Mesquita, moderadora da tertúlia, vivemos numa situação de pandemia que obrigou à reformulação da educação, tanto dentro das instituições escolares como fora, à criação de novas formas de avaliação e de proximidade dentro do que é possível entre professores e alunos, e à gestão de tempos online. Por isso, cada vez mais importante discutir, refletir esta temática, designadamente num momento em que muitos dos intervenientes no processo estão, ainda, sem conhecerem que ensino vão encontrar em setembro. Neste sentido, ficou prometido voltar ao tema em setembro para alargar e aprofundar a temática.
Para já, as tertúlias MAERA vão de férias, mas com a promessa de que, após o regresso, serão encetadas novas iniciativas, quer no formato de tertúlias quer noutros formatos, para, como disse a moderadora, Anabela Mesquita, serem expostas «novas reflexões e novas partilhas».